segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ao Contrário,as cem exitem

                                                                   
                                                                                           Loris Malaguzzi


  A criança
  é feita de cem.
 A criança tem cem mãos
 cem pensamentos
 cem modos de pensar
 de jogar e de falar.
 Cem sempre cem
 modos de escutar
 de maravilhas e de amar.
 Cem alegrias
 para cantar e compreender.
 Cem mundos
 para descobrir
cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem,cem,cem),
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender sem alegrias
de amar e de maravilhar-se
só na páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
que as cem não existem.
A criança diz:
ao contrário,as cem existem.

Texto da Revista Bambini-da Cidade de Bérgamo-Itália-nº 2,Fev/94.Tradução livre do original italiano:Ana Lúcia Goulart de Fária.Maria Carmem Barbosa e Patricia Piozzi.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Conhecimento Matemático:desenvolvimento competências para a vida


Texto extraído do documento "Conhecimento matemático:desenvolvendo competências para a vida.Disponível em:<http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/101745Cunha Matemático>.


                                                                                                       Nilza Eigenheer Bertoni


Uma breve visão do ensino atual de Matemática

Há uma dualidade bem visível no ensino atual de matemática.Por um lado, a concepção mais tradicionalista-com certa rigidez,pouca funcionalidade e muita amarras-ainda domina,em grande parte,livros,programas e ações em sala de aula,constituindo a concepção adotada por boa parte de professores,pais e mesmo autores de livros didáticos.Por outro lado,observa-se uma inquietação,um incomodismo,uma insatisfação crescente  frente a esse ensino,que se traduzem em busca continuada e experimentação tímida de novas alternativas.Algumas inovações ocorrem mesmo entre aqueles que desenvolvem o ensino mais tradicional.
As duas correntes têm argumentos que as sustentam.
Os argumentos a favor da mudança tem sido mais altos e veementes,por conta dos que creem nela e a difundem.Esses argumentos apontam os constantes fracassos do ensino tradicional,evidenciados nos testes nacionais;consideram as mudanças sociais e a presente realidade dos alunos que demandam uma nova escolaridade e uma relação diferente entre professores e alunos.Tais argumentos destacam,também defeitos no ensino tradicional,principalmente sua ênfase numa Matemática abstrata,formal,mecanizada,expositiva.descontextualizada e apontam,ainda,para virtudes no novo ensino,que seria mais dinâmico,concretizável,participativo e socialmente significativo.Ainda mais-a Matemática tradicional seria uma Matemática pronta,enquanto o novo ensino teria um caráter de descoberta ou construção.
Os argumentos que mantêm o ensino como está são menos proclamados.Na verdade,eles representam uma força  entranhada nas pessoas,que se origina na manutenção de crenças e hábitos que perduram há décadas e são expressos por sentimentos,tais como:"Matemática é difícil mesmo,o programa é extenso,não dá tempo de ficar inventado coisas para fazer,foi sempre assim".
O que se encontra,portanto,é um discurso relativamente difundido sobre novas formas de ensino,ao lado de certa resistência à implantação de mudanças e algumas dificuldades nesse processo.
Entretanto,já se evidencia qual dos lados dessa dualidade irá prevalecer.As mudanças,embora lentas,estão chegando,seja nos Parâmetros Curriculares Nacionais,nas propostas programáticas,nos livros didáticos e paradidáticos,nos planejamentos e discussões entre professores.
É necessário que o professor se prepare para elas,evitando que venha a se sentir estranho e incapaz de atuar,quando elas estiverem instaladas.

Atividades Práticas em sala de aula


Sugestão de atividade para o professor colocar em prática em sua sala de aula.As atividade são sugeridas por Lorenzo (2008,p.137).

1-Material: pneus,garrafas plásticas,caixas de papelão e bolas.

Atividade: as crianças devem brincar de acertar bolas em alvos,jogar bola entre elas,correr entre pneu e caixas.

Objetivo:desenvolver a percepção espacial e a psicomotricidade.

2-Material:alguns objetos tais como banco,cadeira,corda,balde e mesa

Atividade:dispor os objetos no chão,de tal modo que se permita ás crianças passar por entre eles.Uma a uma,elas devem caminhar seguindo as indicações do professor. "Pela direita,pela esquerda,por baixo,por cima....".

Objetivo:favorecer a coordenação de movimentos e o deslocamento espacial direcionado.



                                                                     Circuitos no Pátio; disponível em:
            http://revista escola.abril.com.br/ educação-infantil/4-a-6.anos/circuitos-patio-428178.shtml

Papel quadriculado 1'

                                                                                             

                                                 
                    Um dia é melhor somar,
                          no outro é subtrair.
                     Tem vez de multiplicar
                          tem hora de dividir.
                     Nossa vida é uma conta
                     Num papel quadriculado,
                         tem gente que fica tonta,
                         sem chegar ao resultado.
                     Se o problema é complicado,
                          de difícil solução,
                          é melhor não dar um passo
                         sem ouvir o coração.



            1' AZEVEDO,Ricardo.Se eu fosse aquilo.Para gostar de ler Júnior.São Paulo.ática,2002,p.62-63

O Desenvolvimento Atípico

     
Desenvolvimento atípico pode ser entendido como aquele que foge aos parâmetros mínimos pensados e qualificados para o momento acadêmico vivido.Importante pensar que parâmetros,indicadores e padrões são construídos na perspectiva de desenvolvimento acordado em uma concepção,em tempo/espaço de uma sociedade,pensando,também,que pessoas,sujeitos em desenvolvimento,são elementos em constante mudança.Assim,comparações e/ou determinadas  medições podem soar como unificação ou homogeneização vinculante.
Considerando os teóricos mais estudados sobre o desenvolvimento e a aprendizagem-Freud,Piaget e Wallon-Vygotsky foi o autor que elaborou uma teoria sobre o desenvolvimento  atípico.Ele chama desenvolvimento atípico o das pessoas com deficiências.Deficientes,segundo o Ministério da Educação(1995),são aquelas pessoas que "apresentam significativas diferenças,físicas sensoriais ou intelectuais,decorrentes de fatores inatos ou adquiridos,de caráter temporário ou permanente".(p.25).
Para Alencar (1996),"O fato de uma boa educação para todos não significar uma educação idêntica para todos tem levado a um interesse crescente pelos alunos mais competentes e capazes,a par de uma consciência de que um estudante médio e abaixo da média pode significar o não reconhecimento e estimulo do talento e ,consequentemente,o seu não aproveitamento".
No campo educacional percebe-se que os deficientes vieram adquirindo direitos pouco a pouco ao longo dos anos.Sabe-se que ainda está longe de atingir o ideal.Porém grandes avanços já foram feitos no sentido da inclusão educacional das pessoas com deficiências.A educação para  as pessoas com necessidades especiais fundamenta-se nos princípios da preservação da dignidade humana,da busca da identidade,do exercício da cidadania..




Referências Bibliográficas:


________.(1995).Diretrizes gerais para o atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/  superdotação talentos.Brasília:Secretaria de Educação Especial.Ministério da Educação.(2004).Censo Escolar.Brasília:MEC/INEP/SEEC.WIDE.web:<http://w w w. inep.gov.br>.

Vygotsky,L.S.Fundamentos de defectologia .Obras completas .Habana :Pueblo y Educación,1995.v.5.

Rodrigues,Neidson. Educação:Da Formação Humana à Construção do Sujeito ético.Educação e Sociedade,Campinas:CEDES,v.22,Nº 76,p.232.257,out.2001