quarta-feira, 5 de junho de 2013

Gênero textual e tipologia textual:colocadas sob dois enfoques teóricos



    Gênero textual e tipologia textual:colocadas sob dois enfoques  teóricos

Até recentemente,o ensino de produção de textos (ou de redação) era feito como um procedimento único e global,como se todos os tipos de texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e,por isso,não exigissem aprendizagens específicas.A fórmula de ensino de redação,ainda hoje muito práticada nas escolas brasileiras-que consiste fundamentalmente na trilogia narração,descrição e dissertação-tem por base um concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação de escritores literários,caso o aluno se aprimore nas duas primeiras  modalidades textuais,ou a formação de cientistas,caso da terceira modalidade(Antunes 2004).Além disso,essa concepção guarda em si uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais "fáceis"do que dissertar,ou mais adequadas á faixa etária,razão pela qual esta última tenha sido reservada ás séries terminais-tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.
O ensino-aprendizagem de leitura,compreensão e produção de texto pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor de Língua Materna,hoje não mais visto aqui como um especialista em textos literários ou científicos,distantes da realidade e da prática textual do aluno,mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais,orais e escritas,de uso social.Assim,o espaço da sala de aula é transformado numa verdadeira oficina de textos de ação social,o que é viabilizada e concretizado pela adoção de algumas estratégias,como enviara uma carta para um aluno de outra classe,fazer um cartão e ofertar a alguém,enviar uma carta de solicitação a um secretario da prefeitura,realizar um entrevista etc.Essas atividades,além de diversificar e concretizar os leitores das produções(que agora deixam de ser apenas "leitores visuais"),permitem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais.A avaliação dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literários ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto:o bom texto não é aquele que apresenta,ou só apresenta características literárias,mas aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzido,ou seja,se a escolha do gênero,se a estrutura,o conteúdo,o estilo e o nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalidade do texto.
Acredito que,abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes "gêneros textuais" socialmente utilizados,sabendo movimentar-se no dia a dia da interação humana,percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua constituição como sujeito.A atividade com a língua,assim,favorecia o exercício da interação humana,da participação social dentro de uma sociedade letrada.

     Fonte:     http://www.metacomunicamp.br/i el/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htm

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