terça-feira, 4 de junho de 2013

Vamos LER [parte 02]


ETNOMATEMÁTICA


Malba Tahan foi um dos pioneiros da etnomatemática no Brasil. Essa área do conhecimento surgiu no âmbito da antropologia, e veio como uma resposta à necessidade de um entendimento da matemática em diferentes contextos, povos e culturas. Diversas formas de calcular e de aplicar a matemática a necessidades do dia a dia têm sido desconsideradas, por serem restritas a tradições orais e por não se enquadrarem em uma matemática tida como “oficial” e homogênea. Grupos sociais diferenciados — inclusive, por exemplo, as crianças de uma determinada cultura —, praticam matemáticas igualmente diferenciadas; pensam e agem matematicamente de maneira própria e singular. A exemplo disso, em seu livro Meu Anel de Sete Pedras: cintilações curiosas da matemática, Malba Tahan apresenta uma série “etnomatemáticas” encontradas em versos de tradição popular, como adivinhas, literatura de cordel, repentes, desafios, contagens cantadas e rimadas, buscando também expandir o universo matemático à literatura e a oralidade brasileiras. No livro Folclore da Matemática(depois chamado de Os Números Governam o Mundo), Malba Tahan procura compreender os significados dados aos números, desde o zero até o infinito, nas diferentes culturas e épocas. Além de seus contos árabes de teor matemático, há pelo menos mais dois livros seus que seriam, hoje, considerados como de etnomatemática: Numerologia, em que analisa a ciência dos arcanos de predição do destino, e O Jogo do Bicho à Luz da Matemática, seu último livro escrito em vida, publicado postumamente no ano sua morte, em 1974.
Nasael M. Luiz

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